Sonho adiado


Este foi o trabalho que enviei para o concurso "Poesia em rede" que a minha amiga Maria João Brito de Sousa ganhou com um lindo soneto.
Saudades de ti
Eu sinto esta saudade tamanha,
Do tempo que se foi e não voltou,
Daquilo que fui e ja nao sou,
E me faz sentir uma dor tão estranha.
Uma dor que carrego no meu peito,
Que me dói quando passo aquela rua,
Que durante tantos anos foi a tua,
E eu olho para ela com respeito.
Sei que cada pedra da calçada,
Recorda o barulho dos teus passos,
Como eu recordo a tua imagem.
Agora o que resta não e nada,
Apenas o calor dos teus abraços,
Que deixas-te na tua curta passagem
Rosa brava
Vês aquela rosa pequenina,
Que dentro do silvado floresceu,
Foi picada pelos espinhos mas venceu,
E está a olhar o mundo lá de cima.
Posso ser pequena como a rosa,
E ter como a rosa alguns espinhos,
Espreitar em valados e caminhos,
Mas acho sempre a vida generosa.
A vida é bela acredita,
Quem pensa o contrário está errado,
E quase que desiste de viver.
Como a rosa brava tão bonita,
Que vive tão feliz lá no silvado,
E quase que se esquece o que é sofrer.
Canto ao luar
Aqui de noite as aves cantam,
Talvez para chorar o dia findo,
Ou para me lembrar como isto é lindo,
E com o seu cantar males espantam.
Não dá para pensar em coisas vãs,
Quando se ouve o canto de um pardal,
Mesmo á luz da lua é o sinal ,
Que o Sol nasce todas as manhãs.
Ao nascer do Sol, a alegria,
Daquela passarada chilreando,
Que trás até mim tanta emoção.
Sinto em mim alguma nostalgia,
Fecho os olhos e ali eu vou ficando,
A encher de esperança o coração.